Casas Bahia, conhecida loja por acréscimo, pediu homologação de recuperação extrajudicial. Passivo financeiro, readequação, quitação prioritária. Período de emergência sanitária. Taxas: Selic, juros altos, spread bancário. Valores: passivo, quitação.
O Grupo Pernambucanas, uma das empresas varejistas mais tradicionais do Brasil, solicitou a homologação da recuperação extrajudicial. De acordo com os documentos apresentados pelo renomado escritório Machado Meyer Advogados, a intenção é reestruturar o passivo financeiro relacionado às operações de crédito realizadas nos últimos anos.
A recuperação extrajudicial requerida pela Pernambucanas destaca a necessidade de um plano de recuperação que contemple a negociação com os credores. A empresa busca, por meio desse processo, evitar a recuperação judicial e promover a reorganização de suas atividades de forma extrajudicial.
Desafios na Recuperação Extrajudicial do Grupo Casas Bahia
Grupo Casas Bahia, uma das mais renomadas redes varejistas do país, tomou a decisão crucial de entrar com um pedido de recuperação extrajudicial. Esse pedido estratégico visa direcionar esforços para reorganizar seu passivo financeiro de forma mais eficaz. É importante destacar que a homologação desse processo se restringe aos créditos especificados, não abrangendo as obrigações com fornecedores, colaboradores e demais credores.
Os advogados responsáveis pela ação esclarecem que a empresa já realizou a renegociação de mais de impressionantes R$ 4,1 bilhões em dívidas financeiras quirografárias, aquelas em que os credores não possuem prioridade de quitação. A solicitação foi protocolada em São Paulo, devido à predominância da estrutura administrativa da empresa na capital paulista.
A necessidade de readequação desse passivo bilionário é justificada no requerimento, em virtude do atual período de emergência sanitária (pandemia de Covid-19) e da significativa elevação da taxa de juros. No período de setembro de 2022 a setembro de 2023, a taxa Selic manteve-se em 13,75%, impulsionando o Brasil a deter a maior taxa de juros real do mundo, após o desconto da inflação.
Por outro lado, a recuperação judicial da Americanas impactou diretamente o ambiente econômico, resultando em um aumento do spread bancário para as linhas de crédito da Companhia. Ademais, algumas instituições financeiras reduziram os limites de crédito, encarecendo e restringindo as opções de financiamento para a empresa.
Os advogados da companhia afirmam que o encarecimento das linhas de crédito se deve ao acréscimo das taxas de juros, refletindo diretamente no custo do crédito tanto para empresas quanto para consumidores. Além disso, outros pontos relevantes mencionados no pedido incluem o rebaixamento da empresa no ranking da S&P Global Ratings e a consequente desvalorização das ações, que declinaram em 80% desde o segundo semestre de 2022.
Diante desse cenário desafiador, a equipe jurídica composta por Giuliano Colombo, André Moraes Marques, Thiago Braga Junqueira, João Guilherme Thiesi da Silva, Manuela de Carvalho Valente de Lima e Maria Fernanda Marchesan Del Grande toma a liderança nesse processo de recuperação extrajudicial, visando restabelecer a estabilidade financeira do Grupo Casas Bahia.
Fonte: © Conjur
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